O crosslinking é um novo tratamento cirúrgico que permite aumentar a resistência da córnea, deixando-a mais estável.
Por meio dessa técnica, é possível retardar ou até parar os danos causados pelo problema, evitando, assim, a perda da acuidade visual e até a necessidade de um futuro transplante de córnea.
Estima-se que 21% dos pacientes de ceratocone acabam precisando do transplante. A nova técnica poderá baixar esse número.
Uma das vantagens do crosslinking é que mesmo pacientes que já fizeram cirurgias prévias nos olhos podem se valer de seus benefícios. Ele fortalece a estrutura corneana por meio da indução de ligações entre as moléculas que a compõem. As fibras de colágeno darão mais sustentação e ficarão mais unidas.
A cirurgia é minimamente invasiva e pode ser feita apenas com anestesia tópica, usando colírios. O procedimento dura em torno de uma hora, e o paciente é dispensado imediatamente, sem necessidade de internação, repouso e jejum.
A técnica consiste na aplicação de um colírio especial à base de riboflavina (vitamina B), que, posteriormente, é ativado por um feixe de luz ultravioleta. Isso estimula a contração e união das fibras de colágeno, o que aumenta a resistência da córnea e reforça sua estrutura. Esse procedimento minimiza consideravelmente as chances de progressão do ceratocone e pode retardar sua evolução — até mesmo estagná-lo.
O último passo, depois da aplicação da luz, é a colocação de uma lente de contato terapêutica. Ela atuará como uma espécie de curativo sobre a retina, enquanto o epitélio cicatriza. Esse processo leva em torno de sete dias e, depois desse prazo, a lente deve ser retirada.