Pterígeo é uma doença da conjuntiva, membrana que recobre o branco dos olhos e reveste a pálpebras. Sua principal característica é o crescimento sobre a córnea de um tecido fibromuscular esbranquiçado, com o formato aproximado de um triângulo. A lesão surge principalmente no ângulo interno do olho, caminha em direção ao centro e pode comprometer a visão. Se alcançar e cobrir a pupila, a pessoa terá dificuldades para enxergar com o olho afetado.
A patologia pode ser unilateral ou bilateral, isto é, pode surgir apenas num dos cantos do olho, em geral no que fica próximo à base do nariz, ou pode ocorrer nos dois cantos, o interno e o externo.
A afecção é mais frequente em regiões de clima quente e seco. Nas cidades do Nordeste e do litoral brasileiro, o pterígeo é considerado quase endêmico.
Causas
Ainda não foram totalmente esclarecidos os mecanismos que provocam o aparecimento do pterígeo. A exposição aos raios ultravioleta A e B e o ressecamento ocular parecem ser as principais causas conhecidas da doença. Correm risco maior de desenvolvê-la as pessoas geneticamente predispostas que usualmente entram em contato direto com a luz do sol.
Sintomas
Olhos irritados, vermelhos, lacrimejantes, inchaço e sensação de ardência são sintomas associados ao pterígeo. As alterações visuais aparecem quando o crescimento desse tecido espesso deforma a córnea ou atinge a pupila.
Pterígeos de crescimento lento podem ser assintomáticos. Mesmo assim, não deixam de representar um inconveniente estético para seus portadores.
Diagnóstico
O diagnóstico do pterígeo é basicamente clínico. Nos estágios iniciais, é importante estabelecer o diagnóstico diferencial com o pseudopterígeo e a pinguécula, um nódulo amarelo e elevado que se forma na conjuntiva, diferente do pterígeo porque não invade a córnea.
Tratamento
O tratamento do pterígeo deve ser instituído levando em conta a agressividade dos sintomas e o tamanho da lesão. Em alguns casos, o crescimento da membrana carnosa é lento e os sintomas pouco intensos. Quando o quadro tem essas características, a aplicação de colírios anti-inflamatórios e lubrificantes, por períodos curtos e sob orientação médica, pode ser suficiente para controlar o problema.
Há casos, porém, em que a cirurgia representa a única estratégia terapêutica recomendada para eliminar o pterígeo, que pode ser responsável por alterações visuais, como astigmatismo e até mesmo, grande dificuldade visual.
Nos últimos anos, foram desenvolvidas várias técnicas cirúrgicas bastante seguras e eficientes. A intervenção é realizada sob anestesia local, demora aproximadamente 30 minutos e não requer internação hospitalar.
Depois da cirurgia, a aplicação de colírios ou pomadas oftálmicas à base de antibióticos e anti-inflamatórios deve ser mantida por algumas semanas. Atualmente, o tratamento radioterápico com betaterapia após a cirurgia está sendo desaconselhado.
Infelizmente, apesar da evolução ocorrida no tratamento da doença, o risco de recorrência permanece e atinge entre 15% e 30% das pessoas que já passaram pela cirurgia.
Fonte: Portal da Oftalmologia