As variações da pressão intraocular são devidas ao humor aquoso, um líquido que fica contido entre a íris e a córnea, constituído por 98% de água e 2% de sais, o qual é continuamente produzido e eliminado pelo organismo. É a quantidade desse líquido que dá a pressão intraocular. Se houver um desequilíbrio no mecanismo de produção/eliminação dele a pressão intraocular varia, geralmente aumentando.
A tonometria deve ser feita de rotina em toda consulta oftalmológica, especialmente em pacientes idosos e pessoas com tendência hereditária à pressão intraocular elevada.
E a qualquer momento em pacientes com suspeita de glaucoma e outras enfermidades como tumores de íris, por exemplo, nas quais a pressão intraocular costuma ser elevada, períodos pré e pós-operatórios de cirurgias oculares como catarata, glaucoma, transplante de córnea, descolamento de retina, vitrectomia (cirurgia do humor vítreo), distúrbios da pressão ocular pós-traumática, e outra indicação obrigatória é o caso de sangramentos intraoculares.
Há mais de um método de realizar a tonometria. Não há necessidade de preparativos para o exame, mas em alguns casos os globos oculares devem receber um colírio anestésico. Se o paciente usar lentes de contato elas devem ser retiradas antes do exame e podem ser recolocadas logo depois. Se o paciente tem alguma infecção ocular ou úlcera de córnea isso deve ser informado ao médico para que ele adote os cuidados especiais necessários.
A tonometria a ar é realizada por meio da propulsão de um jato de ar contra o globo ocular, o qual após encontrar a superfície do olho é recaptado e a pressão ocular é automaticamente fornecida. Aqui também o paciente deve repousar o queixo e a testa em suportes próprios do aparelho oftalmológico. Esse método não necessita anestesia e o que o paciente sente é apenas uma leve sensação de contato. Se o paciente, por qualquer motivo, não permite esses tipos de exames, o médico pode realizar a manobra de colocar os dois dedos indicadores sobre a pálpebra superior, com o paciente de olhos fechados e olhando para baixo e pressionar o globo ocular, para ter uma noção da pressão intraocular. Embora pouco preciso, esse método pode ser o único exequível em determinadas circunstâncias.
O exame é simples, rápido e indolor, não durando mais do que cinco minutos. O desconforto causado por ele é mínimo, mas é necessária colaboração do paciente em manter fixo o olhar, pelo que pode ser mais difícil de ser executado em crianças pequenas. Não há nenhuma restrição pós-exame e o paciente pode voltar de imediato às suas atividades normais. O resultado do exame é fornecido em milímetros de mercúrio (mmHg). A pressão normal varia entre 10 e 20 mmHg. Se o exame indicar pressão muito alta, isso requererá providências médicas urgentes porque as células nervosas receptoras da retina podem ser danificadas por compressão e deixarem de funcionar, levando à cegueira.